A consulta de rotina é fundamental para a saúde dos olhos e possibilita o diagnóstico de doenças oculares que, às vezes, não apresentam sintomas, mas podem levar à cegueira. O glaucoma é um desses casos. Se tratado precocemente, no entanto, é possível reduzir drasticamente os danos por ele provocados. Entenda como essa doença pode afetar sua visão e saiba o que fazer para controlá-la.
Conheça a doença
O glaucoma é uma doença ocular causada principalmente pelo aumento da pressão interna do olho, que leva à lesão do nervo óptico e à consequente perda parcial ou total da visão quando não cuidada. Por outro lado, a doença também pode se desenvolver em pessoas com pressão intraocular normal, raramente apresentando sintomas no início, como dores no olho.
Na maioria dos casos de glaucoma, a doença progride lentamente, de modo que a visão vai piorando das laterais (perda da visão periférica) para o centro do campo visual. Como o processo é gradual e pode levar anos para avançar, é comum o paciente só se dar conta do problema quando já perdeu boa parte da visão.
Diagnóstico
A perda da visão pelo glaucoma é irreversível, uma vez que a lesão atinge o nervo óptico, para o qual não há recuperação. Por isso, a melhor maneira de evitar o problema é com o diagnóstico precoce, feito em consultas de rotina ao oftalmologista. Exames como de fundo de olho e medição da pressão intraocular são capazes de detectar a doença, que pode ser controlada com tratamento.
Pessoas acima de 40 anos são mais propensas a desenvolver o glaucoma, bem como as que têm histórico familiar da doença e afrodescendentes com pressão alta. Pacientes com esse perfil devem, portanto, redobrar a atenção!
Os tipos de glaucoma
Há quatro tipos principais de glaucoma. Confira a seguir quais são eles:
– Glaucoma de ângulo aberto (crônico). Esse tipo é o mais comum e corresponde a cerca de 80{594594e34e6e00c1ff319a1668ff5e81bf51f33a6545c97acb0142a9a3c86e46} dos casos. Ele é provocado por uma alteração anatômica na região do ângulo da câmara anterior do olho, que impede a saída do líquido de seu interior, chamado de humor aquoso. Com a passagem desse fluido bloqueada, a pressão do olho aumenta, atingindo o nervo óptico e a retina na parte posterior do globo ocular. Esse processo é lento, assintomático no início e pode levar à perda da visão se a pressão intraocular não for controlada.
– Glaucoma de ângulo fechado (agudo). Diferentemente do glaucoma crônico, o glaucoma agudo provoca dor intensa e repentina no globo ocular devido ao aumento súbito da pressão interna do olho. Entre os sintomas mais comuns estão vermelhidão, visão diminuída ou embaçada, olhos de aparência inchada e vômito. Esse caso é uma emergência e a pessoa deve ser levada prontamente ao hospital para uso de colírios, pílulas e medicamentos intravenosos para baixar a pressão. Pode ser necessário até mesmo um procedimento cirúrgico a laser para que seja aberto um novo canal na íris e a pressão seja aliviada. Sem tratamento, o paciente pode ficar cego em um ou dois dias.
– Glaucoma congênito. Esse é um tipo mais raro da doença, que é hereditária e atinge recém-nascidos. A criança que nasce com glaucoma geralmente apresenta sensibilidade à luz, nebulosidade na parte frontal do olho, globo ocular grande, vermelhidão e excesso de lacrimação. Se a cirurgia for feita precocemente, há chances de bons resultados.
– Glaucoma secundário. Ele é decorrente de outras enfermidades, como diabetes, uveíte (inflamação ocular) e catarata. Além disso, drogas e corticosteroides utilizados indiscriminadamente podem desencadear o glaucoma.
Tratamento
Na maioria dos casos, o tratamento está relacionado ao controle da pressão intraocular por meio do uso sistemático de colírios, uma vez que não há cura para o glaucoma. Assim, o paciente deve usar o medicamento por toda a vida, sempre com acompanhamento médico para garantir que a pressão interna do olho esteja estabilizada e o nervo óptico não seja afetado.
Em casos emergenciais, como o glaucoma de ângulo fechado, ou quando os colírios não conseguem manter a pressão controlada, também pode ser necessária a cirurgia para a redução da pressão intraocular. Vale reforçar que a interrupção do tratamento ou a falta dele pode levar à cegueira.
Recomendações
Não é possível prevenir o glaucoma, mas o paciente tem como identificá-lo em sua fase inicial, conseguindo atingir o controle satisfatório da doença, sem sofrer perda da visão. Para isso, recomenda-se a consulta anual ao oftalmologista, ou assim que houver dor ou alguma suspeita, principalmente para pessoas com histórico familiar da doença e acima de 40 anos.
Siga à risca as recomendações médicas. Muitas pessoas, por não perceberem sintomas ou por considerarem os medicamentos caros, acabam se descuidando do tratamento, o que pode trazer prejuízos muito maiores e irreversíveis.
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