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Saúde: Desmistificando o descolamento de retina

Os mais antigos costumam dizer que ler no ônibus é perigoso porque pode descolar a retina. MITO! O passageiro que lê pode até vir a ter dor de cabeça e enjôo, mas o risco é igual para todos e o deslocamento de retina pode ocorrer caso haja uma freada brusca, um acidente ou até mesmo se a pessoa tiver uma lesão predisponente.

Confira as causas reais dessa alteração no globo ocular e entenda como ela pode comprometer a visão se não for tratada com urgência.

O que acontece quando a retina se descola?

O descolamento ocorre quando há uma separação entre a retina e a superfície interna do globo ocular, responsável por seu suporte e nutrição. Sem nutrientes, ela estará fadada à degeneração celular, podendo culminar na perda da visão.

Comumente, devido a eventuais traumas ou ao descolamento natural do vítreo, a retina pode sofrer uma ruptura. O fluido interno do olho, então, penetra pelo orifício gerado e se aloja embaixo da retina, provocando a separação entre a camada fotorreceptora e aquela onde estão os vasos sanguíneos que a nutrem, comprometendo a função da estrutura. Esse tipo de descolamento da retina é chamado de regmatogênico e é o mais comum.

Agora atenção! Uma ressalva merece ser feita: o descolamento do vítreo é comum, principalmente em pessoas com mais de 50 anos. Ele gera as chamadas “moscas volantes” (pequenas manchas escuras que a própria pessoa enxerga se mexendo junto com o movimento dos olhos), mas que não afeta o processo da visão. O que não é normal é o descolamento da retina em decorrência do primeiro – esse é um caso de urgência e deve ser tratado imediatamente.

Atenção para os riscos!

Qualquer pessoa, independentemente da faixa etária, pode sofrer um descolamento de retina, mas especialistas apontam que essa enfermidade acontece com mais frequência após os 40 anos de idade. Isso porque um dos fatores responsáveis é a alteração do vítreo, que se torna mais liquefeito com o passar dos anos.

Além disso, alto grau de miopia, glaucoma, cirurgia de catarata feita anteriormente, diabetes sem controle, tumores, processos inflamatórios, histórico familiar e traumas oculares, na face ou na cabeça são fatores de risco de descolamento de retina.

A consulta anual ao oftalmologista é fundamental para o acompanhamento da saúde dos olhos. No entanto, o descolamento de retina pode aparecer inesperadamente, provocando sintomas indolores, como visão embaçada, flashes luminosos (fotopsia), “moscas volantes”, sombra na região central ou periférica do campo visual e até mesmo a perda da visão.

Assim que o paciente notar o primeiro sintoma, deve ir ao médico o mais rápido possível. Quanto mais tempo permanecer sem tratamento, mais difícil será a recuperação da retina sem haver danos à visão.

Como são feitos o diagnóstico e o tratamento?

Para a confirmação do caso de descolamento da retina são necessários alguns exames oftalmológicos. Entre eles, estão o mapeamento de retina, exame feito com a pupila dilatada, oftalmoscopia indireta e ultrassom ocular. Uma vez detectada a alteração, o tratamento deve ser começado rapidamente.

Se o processo de descolamento da retina estiver no início, o laser, em geral, é suficiente. Com ele, é feita uma fotocoagulação que interrompe a passagem do vítreo pela rasgadura gerada. O laser funciona como uma solda orgânica, provocando queimaduras ao redor da lesão e gerando cicatrizes que se aderem e facilitam a fixação da retina. Resultado semelhante pode ser conseguido com o congelamento (criopexia), técnica que também tem a finalidade de criar cicatrizes na retina.

Se, contudo, o estágio de descolamento estiver mais avançado, o tratamento é feito com cirurgia.

O pós-operatório exige que o paciente fique um período com curativo no olho operado. Além disso, é preciso fazer repouso, evitar a prática de esportes e movimentos bruscos. Do mesmo modo, não é aconselhada viagem de avião durante a recuperação.

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